4 de julho de 2009

A imensidão Já me cega, e de todos os pátios que me resta, escolhi o menor, o mais úmido. O único que não cabe meu olhar. O último em que a fresta convida o mundo, mas não me deixa sair. Onde brinco, encolhendo, fechando meu corpo pra dentro. Faço das sobras de espaço o lugar do sol. Ouço os pássaros em volta. Cachorros latem. Sinto a multidão de uma quase viziança. Me desespero em não ser vigiado. O delírio do real. Suspiro, levito, suspendo o mal. Meu gemido dialoga, o umbigo discorda. O pé sacode, o outro dá volta e pára na minha cara. A cabeça morde com a boca seu pedido de uma tranqüilidade enauseante. Vomito, não me resta mais nada. O jeito é voar.