4 de julho de 2009
A imensidão Já me cega, e de todos os pátios que me resta, escolhi o menor, o mais úmido. O único que não cabe meu olhar. O último em que a fresta convida o mundo, mas não me deixa sair. Onde brinco, encolhendo, fechando meu corpo pra dentro. Faço das sobras de espaço o lugar do sol. Ouço os pássaros em volta. Cachorros latem. Sinto a multidão de uma quase viziança. Me desespero em não ser vigiado. O delírio do real. Suspiro, levito, suspendo o mal. Meu gemido dialoga, o umbigo discorda. O pé sacode, o outro dá volta e pára na minha cara. A cabeça morde com a boca seu pedido de uma tranqüilidade enauseante. Vomito, não me resta mais nada. O jeito é voar.
20 de junho de 2009
11 de junho de 2009
24 de maio de 2009
23 de janeiro de 2009
Mano Velho
Tempo, é só o tempo
Invento
tento e remendo
Agora entendo
Que nunca para de ventar
Tempo, é só o tempo
Parado no ar
Corro
Mas nunca vou alcançar
Tempo
Me da vontade de deitar
Invento
tento e remendo
Agora entendo
Que nunca para de ventar
Tempo, é só o tempo
Parado no ar
Corro
Mas nunca vou alcançar
Tempo
Me da vontade de deitar
A Árvore de Minha Infância
Cortaram os galhos da árvore da minha infância
Acordei com medo e membros vermelhos
Pernas e braços sem vida
Sem lembrança de abraço
A criança me desperta com sua inexistência
Na rua, em bandos, já nem me olham
Não percebem meus passos de adulto
Ouço ao longe as vozes
Elas estão lá
correndo, embaralhadas
Ninguém me chama
Não consigo entender
Tenho medo que se machuquem
Sou triste por isso
Volto a dormir embalada em suspiro
Consolada por lágrimas e travesseiro
Sem a bola de parar a brincadeira
A árvore de tantos pensamentos
Onde subia pra ver o espaço
É fiel e me acompanha no rodopiar do tempo
Acordei com medo e membros vermelhos
Pernas e braços sem vida
Sem lembrança de abraço
A criança me desperta com sua inexistência
Na rua, em bandos, já nem me olham
Não percebem meus passos de adulto
Ouço ao longe as vozes
Elas estão lá
correndo, embaralhadas
Ninguém me chama
Não consigo entender
Tenho medo que se machuquem
Sou triste por isso
Volto a dormir embalada em suspiro
Consolada por lágrimas e travesseiro
Sem a bola de parar a brincadeira
A árvore de tantos pensamentos
Onde subia pra ver o espaço
É fiel e me acompanha no rodopiar do tempo
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