28 de março de 2008

Viagem

Passagem
Calhas quebradas
Correm aos olhos

Do choro não fica nem o sal
No verde
Que só sem chuva sofre

A cabeça acompanha o vidro Quadrado
Do mundo redondo

Vento sopra gentilezas sem dor
Fixo em cada olhar
Que já se foi
escrevo
translúcido apelo
embrulhado
na calçada
leio
sopro ao vento
devolvo a terra
as palavras
invictas de medo

23 de março de 2008

Amando

roer
roer
roer

u
.... n
h....
.... a
s

para que?
a palavra conversa
me ignora
e vai embora

protesto calado
com meu lápis de
ponta quebrada
sob o céu que vai se pôr
a manhã
desaparece

ver-des
tudo escurece

água escorre
em lamento

da terra pondo
lentamente

seu pôr
que não se repõem

Natal com i

neve
leve
na beleza
grave
feliz o pranto
sua vida em várias
se fez
refém
reclama
chora
chama
tudo pede sua voz

22 de março de 2008

em um copo d`agua cabe meu fôlego
com dois informo minhas lágrimas
respingando desertos
mergulho goles secos
das salivas doadas
meu corpo envidraçado
soluço
solução
vai e volta

vapor, expresso
cidade grande
em cigarros
sem vícios

só quero as cáries
carrego
vantagens pesadas
para a dor
do
joelho

caminho
junto a nuvens inertes

olhares atropelam
carros
faróis de gente

o susto
nunca passa