23 de janeiro de 2009

Mano Velho

Tempo, é só o tempo
Invento
tento e remendo
Agora entendo
Que nunca para de ventar
Tempo, é só o tempo
Parado no ar
Corro
Mas nunca vou alcançar
Tempo
Me da vontade de deitar

A Árvore de Minha Infância

Cortaram os galhos da árvore da minha infância
Acordei com medo e membros vermelhos

Pernas e braços sem vida
Sem lembrança de abraço

A criança me desperta com sua inexistência
Na rua, em bandos, já nem me olham
Não percebem meus passos de adulto

Ouço ao longe as vozes
Elas estão lá
correndo, embaralhadas
Ninguém me chama
Não consigo entender
Tenho medo que se machuquem

Sou triste por isso

Volto a dormir embalada em suspiro
Consolada por lágrimas e travesseiro
Sem a bola de parar a brincadeira

A árvore de tantos pensamentos
Onde subia pra ver o espaço
É fiel e me acompanha no rodopiar do tempo