12 de dezembro de 2007

sem esbarro
estrago
sou quase inteiro
quando caio
cravo pedaço
roxo
torto
mundo que não
me cabe

Outros

meus outros
não pertencem
se estendem
outros são seus

essa é minha
dor
dos outros

risco o marco
pele e fato
invenção do esboço
rabiscos de outros
em mim
traço

quero mil
não paro
ninguém ao quadrado
todos
todos
minguados

outros com biscoitos
coitos
sozinho não falho

por acaso esse destino é seu
outros
meus outros
sempre dando adeus

10 de dezembro de 2007

tragédia
lágrimas soltam abismos
pele seca só resta
o sal
o sol sobe
quem sabe?
essa terra é vasta
gigante
mingúem é grande para ser
só seu
comédia
me espera
vou tarde pra chegar
estou cedo
luz fria
quase gente
olhos nus
quentes
palcos de água
fendas
terra
meu nome é ar